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19 de fevereiro de 2014

Mais fundo



Não conto mais os dias. Não percebo os anos passarem. Não há assunto, nem motivo para sorrir. Não há mais respostas para os porquês.

Tudo está como está e nada muda.
Tudo vai e volta somente o que não queremos.

É tão estranho ver certos olhares e bocas pequenas sussurrando algo de longe.

O poço vai ficando mais fundo, bem lá no fundo, em mim, bem dentro de tudo, bem vazio.




13 de fevereiro de 2014

Apague a luz



Deixe a luz sair do meu quarto.
Me deixe a vontade.
Apague a luz. 
Tranque a porta. 
Deixe tudo aqui em silêncio.
Me deixe na cama.
Olhe em meus olhos.
Só me diga adeus.
Não mexa em nada, deixe tudo como está.
Meu coma é essencial.
Me deixe morrer aos poucos se necessário. Mesmo que por um momento.

9 de fevereiro de 2014

Fuga



De repente aquela vontade de se afogar. Mergulhar em algo, algum sentimento, alguma bebida, um entorpecente qualquer. Me perder pra sempre, mesmo que por algum momento, mesmo que me deixasse viciado, mesmo que toda angústia voltasse depois. Não me importo caso ocorra uma amnesia, não me importo caso eu me perca. 
Apenas um mergulho e tudo estaria bem. Fechar os olhos e me ver em outro lugar, um lugar utópico.
De repente aquela vontade de não estar mais aqui, só por um momento, um momento chamado eterno talvez.

4 de fevereiro de 2014

Silêncio



A morte assopra em meus ouvidos e tudo silencia-se. Meus lábios lacrados pelo medo transferem todas as palavras para meus olhos. Sinto o coração em meus ouvidos, ouço ele pulsar.
Penso na loucura, penso na insanidade completa, penso nos riscos.
Penso no descanso.
"Está tudo bem" flui vazio da minha boca, desliza sem rumo.
O resto torna-se o todo e nada mais importa.
A morte sussurra novamente em meus ouvidos e o medo me faz cair do 32º andar em direção a avenida movimentada em meu pensamento.
Tudo ressurge, tudo volta, sempre, sempre, de novo e mais uma vez tudo silencia-se.
Tudo torna-se um.
E o silêncio não se desfaz.