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17 de outubro de 2012

Despojo



Uma casa velha, um sobrado antigo erguido em madeira. Cortinas amareladas que escondiam a janela quase inteira. Corpo tatuado, sem camisa, jogado numa poltrona em meio a sala cheia de vazio. O cheiro de mofo impregnado nas paredes descascadas e rachadas. Úmido, fétido, agradável. O cigarro dependurado nas mãos apoiado pelo polegar junto a dedo indicador, enquanto sua outra mão segurava uma garrafa de cerveja vazia. Desajeitado, seu corpo deslizava cada vez mais em direção ao chão, seus pés descalços pálidos e molhados com uma poça causada pela goteira. Nada importa. Largado, vazio. Despojo.

14 de outubro de 2012

Ao vento



Vou me entregar ao vento. Vou encarregá-lo de fazer o que deve ser feito. Que o vento me leve onde sempre sonhou. Que ele me traga aroma de calma. Que ele eleve meus pensamentos. Que o vento me torne parte dele. Que a música seja cantada com alta voz, com força, e que enquanto a música é cantada que eu me torne vento.

Palavras incandecentes



Estive pensativo enquanto tentava escrever. Olhos fitados na folha em branco que se agitava com o vento. Tentativa de liberdade. Minhas mãos deslizavam em meu rosto subindo até meu cabelo, expressando silenciosamente e sutilmente minha ânsia de por pra fora todos os meus pensamentos, toda essa bagunça dentro de mim.
Subitamente, meus dedos começaram a escrever rapidamente sobre a folha refém da minha mente. Aos poucos fui sentindo o calor das letras subirem até meu rosto. Aquilo não era tinta, eram letras reluzentes, palavras incandescentes. Texto como fogo. Eram na verdade fragmentos da minha alma sendo lançados contra a folha pura. Pensamentos em forma de palavras incandescentes exorcizados pra fora de mim. Minha mente revolta também desejando liberdade. 

12 de outubro de 2012

Pouco chão.
Muito vazio.
Muito vento.
Pouco ar.
Pouco eu.
Muito só.