BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS »

17 de novembro de 2013

Além de si mesmo



Esteve fora de si
Talvez possesso
Talvez em coma
Talvez sonambulo
Talvez fosse tudo um sonho
Fez o que jamais teria feito
Fez além do que suas próprias expectativas
Mergulhou profundamente num estado no qual ele não estava habituado estar
Se entregou à situação
Esteve fora de si por uma noite
Foi além do que costumava ser
Fez coisas que viviam presas em seus sonhos
Esteve livre por uma noite
Esteve livre do seu auto julgamento
Fez coisas que talvez um dia se arrependa, mas por enquanto... não
Talvez fosse um sonho, mas não era
Era mais real do que esperava
Fora de si
Embriagado
Feliz

9 de novembro de 2013

A deriva


Vimos o mar se perder no horizonte.
O brilho forte do Sol rastejava sobre a água até nosso barco.
Cantamos juntos uma música qualquer enquanto nos olhávamos.
Um
Dois
Três
Contamos, respiramos fundo, sorrimos e saltamos.
Vi seu corpo envolto de bolhas enquanto procurávamos a superfície.
- Onde está indo? - Perguntava ela sorrindo.
Nadei até o barco, procurei algum lugar onde pudesse agarrar. Subi no barco e reparei seus olhos confusos. Ela ainda estava no mar.
Motor ligado, pronto para se distanciar dali.
Ouvi seus gritos, ela tentou nadar enquanto gritava.
A vi agitando seus braços ao longe.
A abandonei.
Me distanciei.
Deixei minha vida a deriva.
Deixei minha esperança a deriva.

Talvez eu volte.
Talvez eu me arrependa.
Talvez eu encontre seus destroços no fundo do oceano.
Talvez seja tarde.


8 de novembro de 2013

Ela saiu


Ela sai do quarto em salto alto e meus olhos acompanham seu queixo erguido, seus olhos avante, o balançar do molho de chaves de casa em sua mão cheia de anéis, passarem pela porta do meu quarto. Ela já está pronta, atravessa a casa toda e vai até o sofá da sala deixando seu perfume adocicado, que já me deixou enjoado pelo constante uso, em todos os cômodos de casa. Ela senta no sofá aguardando quem a venha buscar. Alguém buzina lá fora.
- La, eles já chegaram! - Grita alguém de dentro de casa.
- Diga que já vou.
Ela ajeita sua curta saia, se olha mais algumas vezes no espelho do banheiro, checa sua carteira e sai, atravessando a sala acompanhada pelos olhos em juízo de seu pai que lançava questões ao vento. Ela bate a porta e sai aos risos.
Saiu em busca da felicidade. Talvez uma dose de felicidade.
Mas eu não me importo com isso, não me incomodo como seus pais.
Talvez eu me incomode sim.
Ela saiu em busca de sua felicidade enquanto a observo deitado em minha cama.